30 de abril de 2008

Alemães piolhentos viram estrelas em exposição de arte

Sete jovens artistas de Berlim, na Alemanha, vão tentar ampliar as barreiras da arte com um experimento um tanto insólito. Eles passarão três semanas dentro de um museu em Israel com piolho em seus cabelos. “Arte não é fazer uma pintura na parede”, afirmou Milana Gitzin-Adiram, curadora do museu da cidade de Bat Yam, perto de Tel Aviv. “Arte é vida e a vida é arte.”
A exibição, que já está em andamento, causou controvérsias – “sem propósitos”, dizem os artistas. Isso porque em Israel a palavra “piolho” pode reviver memórias da propaganda nazista, que descrevia os judeus como parasitas.
Os artistas, que dormem, comem e tomam banho na galeria, afirmam que a exposição brinca com a idéia de anfitriões e hóspedes, proposta pelo museu. “A idéia é vivermos aqui como hóspedes, e ao mesmo tempo hospedarmos os piolhos em nossas cabeças”, afirmou Vincent Grunwald, 23, que usa uma touca de banho para evitar que o piolho se espalhe entre os visitantes.
A curadora afirma ter passado semanas explorando esse tema e recorreu até a filósofos e à Bíblia para se inspirar. Ela recebeu propostas de todo o mundo que se encaixavam dentro do tema e diz ter se encantado com a idéia dos jovens.
O grupo de artistas admite que viver com piolho pode ser desconfortável, mas afirma que vale a pena, em nome da arte.
Segundo eles, a idéia inicial não era fazer uma referência provocativa ao holocausto. “Estamos cientes de que, sendo alemães em Israel, existia o risco de sermos interpretados de maneira errada”, afirmou Stefan Reuter, 27. “Mas as pessoas nos fazem perguntas [sobre a exposição] e uma mulher até nos agradeceu por fazermos uma crítica à retórica fascista da história alemã”, continuou.

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